sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Pseudo-Esquizofrenia Ideologica ( O caso Venezuela)

"Somente a democracia, no meu conceito, é suscetível de uma liberdade absoluta"
Simon Bolivar



Politica. Eis um assunto recorrente.Sempre evito trabalhar com arquetipos. Procuro desconstruir as estruturas para verificar o que ha por tras do discurso. Verificar uma suposta verdade oculta clareia o pensamento. Expoe os motivos. Disseca as conexoes. E traz a tona uma construcao talvez um pouco mais proxima da realidade. Mais palpavel.

Por favor, traga-me o bisturi. Que comece a cirurgia.

Hugo Chavez e aquilo que alguns intelectuais chamam de idiota latino-americano.Chavez e culto. Chavez e estrategista. E muito mais do que isso.

Todavia, mais do que tudo, Chavez e um esquizofrenico.Dizem que um doente reconhece outro.
Ou nao.

Chavez sofre de profunda esquizofrenia politica. Cuidadosamente calculada e dissimulada.Mas, se e propositadamente ocultada nao e doenca. E sem-vergonhice.

Pode ser. E uma hipotese plausivel. Isto por que ele ataca o "Imperio Ianque".Mas vive do seu dinheiro.Qualquer crianca de cinco anos sabe que os EUA sao o principal consumidor de petroleo da Venezuela.

E o que eu digo: Dinheiro Facil com Populismo formam uma combinacao explosiva.Que implode a Democracia por dentro, nos seus alicerces. E inaugura o "Caudilhismo Economico".

Ciclos de Regimes Autoritarios sempre empestearam a America Latina. Financiados por Kissinger ou seja la quem for.

O que nao da para tolerar e o tamanho da mentira. Ainda se fosse uma daquelas mentiras sinceras, dessas que gostariamos de ouvir. Mas e uma mentira deliberadamente mentirosa. Uma farsa na acepcao da palavra.

As bases de sua ideologia sao flagrantes inverdades.

Em primeiro lugar, o arcabouco estruturante de Chavez nao e ideologico. Embora aproxime-se de Cuba, nao e de esquerda.Isto por que sustenta uma postura facista de dar inveja a renomados ditadores.E nao se enquadra na direita por encarnar o que ha de pior na esquerda: a demagogia barata.

Nao ha qualquer ideologia. Ha um pragmatismo de proporcoes dantescas. Dai a idiotia.

O unico lugar onde o pragmatismo nao pode se instalar e na politica.

Questoes politicas devem ser tratadas sob o aspecto ideologico. E questoes de Estado devem ser tratadas com pragmatismo.

Nao pode haver inversao.

Foi o que aconteceu na Venezuela.

No Brasil caminhamos em sentido contrario ao da nacao citada. Rumo a uma Democracia madura e consolidada. E com muita vontade de crescer.

Mas voltemos a Chavez. O lider da Venezuela nao e um revolucionario bolivariano.Nem nunca vai ser.

Com a cultura adquirida no quartel apropriou-se indevidamente dos ideais de simon Bolivar.Isso mesmo. O que Chavez cometeu tem nome: Apropriacao Indebita.

E apropriou-se em beneficio proprio.

Estelionato intelectual do pior tipo.

Bolivar era um agregador democrata. Chavez e um desagregador nato. Um verdadeiro fator de instabilidade internacional.Um garoto-problema de quarenta e poucos anos de idade. E a palavra Democracia nao faz parte do seu vocabulario.

Um verdadeiro bolivariano admitiria o revezamento de poder. Chavez nao sabe disso.Chavez nao sabe de nada. Ou finge que nao sabe. No mais, nao passa de um fantoche nas maos de "Uncle Sam".

Eis a politica. Um assunto recorrente. Com cliche latino-americano e tudo o mais.

Grande Abraco.

Tulio Eugenio

Um comentário:

Unknown disse...

Vi o texto e achei que ia gostar!!!



FALKLANDS BRASILEIRAS


Nos anos 1980 havia negociações em andamento entre o governo inglês e o argentino sobre um intercâmbio das Ilhas Falkland com a Argentina. Eram negociações que sabidamente levariam anos, mas transcorriam pacificamente, mesmo por que sempre houve uma grande facção na Argentina de cultura britânica.

Subitamente, sem que tivesse havido qualquer fato novo, a Argentina invadiu pelas armas as Ilhas Falkland e transformou os cidadãos de lá em prisioneiros que, possivelmente, em data futura, ou seriam alijados das terras que ocupavam desde os dias de Napoleão ou teriam de se naturalizar argentinos pela força.

Tratava-se de uma jogada política. Uma patriotada. Os generais argentinos distraiam o povo, levavam o povo às ruas com fitilhos azuis e brancos na lapela enquanto seguiam chacinando todo e qualquer elemento que rotulavam como subversivo dentro da Argentina.

Imediatamente, ficou claro que a Inglaterra não podia engolir essa. Caso o fizesse, o país perderia a capacidade de defender seus cidadãos e o patrimônio dos mesmos em qualquer lugar. Tinha de reconquistar as ilhas apesar da logística desafiadora das distâncias. Possivelmente as Falkland, e não o Canal de Beagle, pendência da Argentina com o Chile, foram atacadas justamente pela logística. O Chile, país ao lado, poderia revidar com mais facilidade. Também seria mais difícil aos ingleses obter solidariedade brasileira do que o Chile.

Hoje, a Bolívia passou a usar o Brasil como saco de pancadas para manter a felicidade de suas massas. A vida não melhorou para o povo. Mas estão dando bordoadas no Brasil, o gigante ao lado. E o fazem impunemente, garantidos pela certeza de que não serão invadidos, bombardeados ou enfrentados, salvo nos tribunais internacionais. Coisa de anos e anos.

E, pior, tacitamente transfere o controle de ativos brasileiros, sem a menor lógica, ao vizinho venezuelano. São dois vizinhos que se unem para acabar com a estatura do Brasil. A tal da perda da Amazônia ? que a esquerda, por um lado, e os militares brasileiros, por outro lado, sempre alegaram temer ? está em seus primeiros momentos. Mas não vinda da América do Norte ou da Europa. Vinda de dois vizinhos na região.

Será que realmente é ridículo pensar em invadir a Bolívia e derrubar o Evo Morales? Será que devemos esperar a Venezuela receber seu armamento moderno e terminar o treinamento de suas tropas no uso do mesmo? Será que pelo menos não devíamos estar fazendo ameaças duras, iniciando manobras militares nas fronteiras da Bolívia e da Venezuela?

Pelo menos com as manobras estaríamos complicando a vida dos cocaleros. Isso mexeria com a clientela que elegeu Evo Morales. Ou petróleo ou coca.

É de pequenino que se torce o pepino. Depois que cresce...
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/361792.shtml