terça-feira, 13 de maio de 2008
Os verdadeiros Quilombos.
Tecnicamente ainda tenho mais um dia para posar de articulista.
Acho uma bobagem toda essa estória de Quilombolas pra cá e pra lá. Desculpe, mas comigo é no popular...
O Movimento de Direitos Humanos do Brasil é completamente equivocado. Irresistivelmente míope. Quase cego.
Começa a haver um apoio a atitudes que encorajam a baderna e tiram o real foco da questão.
Aliás, ouso dizer que o movimento de Quilombolas tem muito mais a ver com uma pseudo questão agrária do que com a efetiva proteção do direito dos negros enquanto etnia.
Direito dos negros enquanto etnia é tratar de religião, o temido candomblé.
Mas ninguém toca no assunto.
Sou católico e rezei hoje por Nossa Senhora de Fátima.
Mas isso não me impede de proteger a crença dos outros.
Às vezes é preciso um louco para dizer que quase tudo está fora dos eixos.
Isso se o maluco não for considerado realmente louco.
Desculpe o linguajar chulo. Mas a indignação é do tamanho da falta de refinamento.
Tal recurso faz-se necessário em ocasiões especiais.
Pouca gente percebe o Dia da Libertação dos Escravos.
Pouca gente percebe que os Quilombos apenas mudaram de lugar.
Hoje eles são as favelas.
Pouca gente percebe que os escravos ainda existem de modo informal.
São domésticas, garis, pedreiros, desempregados e subempregados de todo o tipo.
Todos afro-descendentes, vulgo negros.
Não, ninguém aqui quer lutar para ver brancos inseridos nestas classes sociais tão sofridas.
Pelo contrário. O que se quer ver é o fim do apartheid social inaugurado com o fim da escravidão.
Fico satisfeito ao ver negros nos Shoppings-Centers, em bons restaurantes e, principalmente, nas faculdades.
Há uma dívida social interna quase impagável.
Mas acho que soluções paternalistas não são a solução.
Não só por que cheira a demagogia racial, mas também por que focam nos efeitos das distorções sociais e não nas causas em si.
É o caso da política de cotas. Estabelecer quotas é um remendo. Um paliativo.
Algo que age sobre os efeitos e que desconsidera todos os defeitos do sistema educacional enfrentado pelo jovem negro até chegar ao vestibular.
Eis a raiz da questão.
Chega de subterfúgios. Basta de tampar o sol com a peneira.
Enquanto as Verdadeiras Comissões de Direitos Humanos não encararem as favelas como o real objeto de suas ações continuaremos a presenciar o desastre social dos neo-quilombos.
Grande Abraço.
Túlio
sábado, 3 de maio de 2008
Sugestões
1. Criação do conceito de Menor em Situação de Risco Social
E, por consequência, as Medidas Específicas de Proteção em Situação de Risco Social.
Identificação do conceito de risco social ao conceito da região onde se situa tal risco.
Tal Restringiria o conceito para Medidas Específicas de Proteção em Situação de Risco Social em Lugares Determinados.
Exemplo: - Menores expostos diretamente ao Narcotráfico e Milícias Paramilitares ( também sou contra) nos Morros do Rio de Janeiro. + Políticas Específicas para crianças nesta condição.
- Menores expostos diretamente à Prostituição na Amazônia e Litoral Nordestino. + Políticas Específicas para crianças nesta região.
- Menores expostos a situação de analfabetismo e miséria absoluta ( NE, interior do Piauí e Maranhão, por exemplo)
E assim por diante...
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Despedida do Blog
O artigo abaixo é o último.
Chega de fazer quase nada.
Recomeçarei no meu verdadeiro trabalho.
Abraço.
Túlio
PS- Sou da área jurídica. O E.C.A. é maravilhoso. Quase utópico.
Uma lei feita para Bélgica ou Holanda. As medidas de proteção não existem na prática.
O mundo jurídico ainda não caiu em si.
E recusa a encarar a dura realidade.
Sustento a criação de um mecanismo que ligue a utopia da lei à realidade.
Tal poderia dar-se por lei ou dispositivos infra-legais que especificassem as situações de abandono e risco social ( o qual atinge toda a família e não somente as crianças).
A criação de uma sólida estrutura de assistência social seria um começo.
Não se trata de assistencialismo.
Trata-se de cidadania.
Dirigida a quem efetivamente precisa.
O presente discurso é um discurso fácil.
O teor apelativo pode determinar a sua apresentação em campanhas eleitorais.
Não é esta a intenção.
O objetivo é trazer as diversas comunidades a pensar sobre o assunto.
Mas não só pensar.
Apresentar soluções, trazer idéias.
Fazer com que o membro de determinada localidade sinta-se co-responsável.
E auxilie.
Isso é o efetivo exercício consciente da cidadania.
Grande Abraço.
Túlio
Semana sim, outra também.
Distinção sutil, mas essencial.
Escrevo por prazer.Gosto disso.Algumas idéias são deliberadamente estaparfúdias.Outras nem tanto. O fato é que são muitas. Se dez por cento for aproveitável estarei satisfeito.Esse total descompromisso é que me leva a escrever. E doar algumas idéias. Seria pecado cobrar por uma dádiva. Assim o acho.
Como todo sujeito que se atreve a escrever neste mundo ocidental, revelo-me um eterno aprendiz de Homero. Plenamente consciente de que há uma intrínseca conexão entre os mais variados tipos de assuntos e visões de uma mesma questão.
Talvez o leitor tenha percebido que tratei do assunto das crianças das favelas do Rio sob o foco preventivo.
A distinção de Umberto Eco faz-se mais necessária do que nunca para quem gosta de cinema.
É a distinção entre Spider -Man 2 e Tropa de Elite.
Não aprecio o modo como o cinema yankee ( corruptela de "Joãozinho" em holandês, janke) serve -se da sétima arte como um instrumento de alienação em massa. E foge da realidade para inventar estórias irreais com personagens irreais em mundos irreais.
Tropa de Elite é justamente o contrário disso.
Excesso de realidade, eu diria.
Devo apenas ressaltar um único fato: foi proposital.
Tropa de Elite foi feito com dois objetivos fundamentais: chocar e educar.
Os objetivos mudam conforme o público que se visa atingir.
Fácil denotar que o verbo "chocar" refere-se a classe média, conforme já foi salientado em artigos anteriores.
O clima de Tropa de Elite foi feito a partir do momento em que se reconheceu que vivemos numa sociedade brasileira recheada de complexidades e contradições implausíveis num país que se pretende alguma coisa.
E que precisava de um Tratamento de Choque.
Alguns criticaram.
Dizem que tudo isso não passa de uma espécie de propaganda. Outros versam que estes artigos sequer são jornalismo posto que são reflexões e não trazem notícia alguma.
Para os que não sabem a diferença entre Propaganda e Marketing de Sociologia e Filosofia da História, eu advirto: voltem aos bancos escolares.
Para os que não sabem a diferença entre Reportagem e Jornalismo de Ensaio ou Crônica, eu advirto: voltem aos bancos escolares.
A função é provocar polêmica.
Essa dialética enriquece a discussão e aguça o raciocínio.
Daí por que coloco a função educativa do filme Tropa de Elite.
Complementar do artigo anterior, as famílias carentes não conseguem livrar seus filhos deste caminho.
E, quando a família não consegue impedir a inserção no crime, entra em cena aquilo que um dia ousamos chamar de Estado.
É muito mais um recado para os jovens da favela: o crime não compensa.
E, diante de uma juventude naturalmente contestadora o argumento tem que ser contundente. Literalmente.
Daí as cenas explícitas de tortura e humilhação de jovens já corrompidos pelo tráfico.
O recado é claro.
Não obstante, antes de ser acusado de faccista ou qualquer rótulo do gênero, devo advertir:
se o Estado não levar a sério políticas sociais de repressão e prevenção ao crime, tudo terá sido em vão.
Tudo depende do Estado. E da sociedade.
Eu ainda confio em ambos.
Do contrário, os jovens em tela, em vez de algozes do João Hélio, transformar-se-ão em vítimas do sistema, como já o são.
E finalizo: políticas sociais nestas áreas são facas de dois gumes.
QUE ISSO FIQUE MUITO CLARO.
Ou se acaba com o narco-terror nestas regiões e iniciam-se obras de estruturação...
Ou aproveita-se o ano eleitoral para fazer obras para criminosos.
Grande Abraço.
Túlio
domingo, 20 de abril de 2008
Faz Frio em Porto Alegre
Ontem vi a TV Senado. Ainda existem bastioes que sustentam a Democracia.
Comentar posicoes pessoais de parlamentares seria incidir em politica partidaria. Tal seria um erro.
Animei-me a recomecar a escrever.
Abordo novamente a questao da favela. Todavia agora sob o aspecto sociologico da questao com enfase na infancia e juventude.
Nao vou expandir a discussao sobre o aspecto juridico do assunto.
Mas, conforme dito anteriormente, trata-se de guerra. E guerra possui diversas estrategias. O famoso Hearts and Minds ianque nao e senao copia descarada de uma antiga politica romana de conquistas.
Razao pela qual tento convencer coracoes e mentes sobre as ideias que aqui sao ventiladas.
Convencer e melhor que impor.
Quando da minha infancia ouvia aquele velho bordao : " Adote o seu filho, antes que um traficante o faca."
Tal maxima aplica-se tranquilamente aos membros da classe media e classe alta, os quais possuem estrutura material e cultura para realizar tal tarefa.
Todavia, pais e maes de familia de favela nao possuem tal arcabouco de sustentacao.
Ainda que imbuidas de boa formacao moral nao conseguem evitar o pior.
Isto por que, no morro, nao e um traficante, mas sim o Sistema Organizacional do Trafico que coopta ( nao adota) criancas e jovens.
E usam do metodo mais eficaz para isso: o convencimento.
Familias inteiras caem em desespero quando o jovem completa 12 anos e vai para o servico do trafico obrigatorio. E iniciam a ocupar os primeiros postos nas bases da Complexa Hierarquia da Favela.
Muitas sabem que seus filhos nao chegarao aos vinte anos completos.
Nao vejo razao para que nao haja uma revolta sufocada que precise de um certo reforco positivo para se manifestar da maneira mais adequada possivel.
Ninguem deseja ver o proprio filho morrer.
Nao sao so as armas usadas pelo trafico que sao de guerra.
O indice de mortalidade entre jovens homens entre 14 e 25 anos tambem confirma identica situacao.
Culpa do trafico.
O trafico e covarde. E coloca criancas e jovens na linha de frente.
Ainda vou escrever um artigo juridico completo sobre o assunto.
O menor em situacao de risco do Estatuto da Crianca e do Adolescente encara a situacao sob o aspecto do mero abandono familiar. A Lei Maria da Penha comeca a encarar a situacao de outro angulo: a violencia intra-familiar.
Mas ninguem versou ainda sobre a situacao de risco do menor decorrente de abandono social.
Tenho uma Complexa teoria sobre o assunto.
Qualquer dia publico por aqui ou escrevo em Revistas Especializadas.
Grande Abraco.
Tulio
domingo, 9 de março de 2008
Big Biosphere 2 Brother
Nenhuma novidade.
O que consta de novo e que um programa que obtem mais de 60 milhoes de votos por interatividade deixa de ser mero entretenimento. Passa a ser consulta popular. Uma especie de referendo informal.
O que esta em jogo neste proximo paredao e muito mais do que Rafinha ou Marcelo.
Independente da personalidade ou conduta de ambos o que esta em jogo e como o brasileiro se enxerga diante do espelho.
Sim, a televisao e um espelho.
O espelho de como um povo enxerga ( ou quer enxergar a si proprio).
Rafinha possui carisma. O carisma decorre de sua suposta simplicidade.Nao raciocina e chegou onde chegou por puro acaso. Carisma conta num reality show. Onde ha um publico. Mas a vida e muito mais do que um palco.
Marcelo, independente de seus defeitos ou virtudes, joga. Joga como o Alemao jogou. O Alemao e administrador de empresas. E o Brasil culto que poe no Bolso o humilde servilismo daquele que nao possui cultura.
O Brasil quer ser melhor. A populacao de um modo geral aprecia cultura . E inteligencia. Pais de familia se matam de trabalhar para por filhos na escola.
Quem possui consciencia e cultura poe os outros no bolso.
Nao se trata aqui de um discurso exclusivo, que exclua o menos preparado.
Pelo contrario, a funcao aqui e mostrar ao despreparado que ele necessita se preparar. Que precisa se educar. Para ser consistente e consciente. Enquanto pessoa, enquanto nacao.
Grande Abraco.
Tulio
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Algumas poucas Dicas de Boa Leitura
- Poesia: Tem muita gente boa.Muita. Eu achei interessante: Antologia Poetica ( Mario Benedetti, que embora de esquerda e bom); Jose Sarney ( Marimbondos de Fogo);Manoel de Barros ( todos), Enzra Pound...Filosofia e Literatura- Suma Teologica (vol VII), Os Sermoes ( Vieira), Essays ( Ralph Waldo), Jesus e Jave, Os Nomes Divinos ( Harold Bloom) , e os classicos que todo mundo conhece...De Dante a Homero.Tecnicos - Os Nervos do Poder - Uma Teoria Cibernetica do Direito ( Flamarion); Psicologia Geral, Administracao Geral ( Chiavenato), Microeconomia, apenas quando cansa ler direito.Misticos - Alguns. Tem um que leio no momento e chama-se " A Historia Secreta da Raca Humana ( ou Da Arqueologia Proibida).- Nobeis e Academia Brasileira de Letras - Albert Camus ( A Peste), R. Campos, Furtado, S. B. Hollanda),R. Faoro. -Livro de Cabeceira- The Autobiography ( Benjamin Franklin)I
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Erratas...
Errata 2 - Jean Charles nao foi preso por acaso. Foi EXECUTADO por engano.
Absurdos...
Em primeiro lugar, solidariedade ao medico cuiabano preso por equivoco diplomatico no Libano.
Mohammad foi preso por equivoco. Jean Charles foi EXECUTADO por acaso. Esta na hora de acabarmos com esta possivel tendencia preconceituosa contra brasileiros.
A Midia Internacional deseja moldar um esteriotipo terrorista ao cidadao brasileiro. Mas nunca conseguirao. Nao e o perfil do brasileiro. O brasileiro e povo corajoso e trabalhador.Nunca foi nem nunca sera terrorista.
Sim, eu vejo Jornal Hoje.
Problemas de falta de escoamento das chuvas em Sao Paulo?
Pergunte ao Belemenses como os arquitetos e engenheiros de dois seculos atras resolveram o problema naquela regiao. Eu vi. E achei que se tratava de uma solucao muito avancada para a epoca. E engenhosa. Nao ha bueiros normais no centro de Belem. A regiao esta exposta constantemente a chuvas torrenciais. E NUNCA inunda. Os bueiros sao continuos.Ha sulcos continuos ao longo das calcadas, que facilitam a drenagem de agua, a qual NUNCA se acumula.
Projeto de genio. Nao me lembro o nome agora.
Grande Abraco.
Tulio
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Osso Duro de Roer ( continuacao 2)
Rebater as criticas negativas ao filme faz um bem danado.
Em primeiro lugar, Jose Padilha colocou a situacao no lugar onde ela deve legitimamente estar: o filme nao e causa, e efeito da violencia.
Eu vou alem. O filme nao e causa nem consequencia.
O filme e apenas um retrato do Rio de Janeiro.
Um retrato do tipo poster.
Mas nao e do Cristo Redentor.Ou do Corcovado.
E um poster da favela e que revela todas as suas nuances. Nos minimos detalhes.
Um poster com jeito de raio X.
O filme nao e maniqueista e nem faccista.
Nao e maniqueista por que coloca a realidade sob todos os angulos, numa rara visao de 360 graus poucas vezes vista no cinema brasileiro. Ha o traficante. Ha os membros da favela que sao cooptados pelo trafico. Ha os membros da favela que entram para a policia. ha os policiais corruptos. Ha os bons policiais. Ha o pai de familia. Ha os jovens alienados de classe media alta. Ha tudo. Num so lugar. Um filme esclarecedor. Que mostra a realidade para quem faz parte dela, ou seja, nos.
Quanto as acusacoes de faccismo, tal colocacao se desnaturaria pela simples argumentacao acima colocada.
Mas ouso ir alem.
E nao se trata de mera retorica. A partir do momento em que ha uma transformacao da realidade ( ainda que no plano abstrato das ideias) o assunto deixa de ser retorica. E passa a ser uma nova realidade. Posta diante e nossos olhos.
O filme nao e faccista por uma questao muito simples. O faccismo em todo o seu radicalismo pregaria o exterminio puro e simples do mal. A extirpacao pela raiz.Algo como simplesmente jogar uma bomba atomica nas favelas . Ou simplesmente conduzir um arrastao com fins de limpeza etnica. O que, obvio, soaria absurdo.
O que se visa e mostrar a realidade.
E a intencao e resgatar a populacao indefesa das favelas do jugo autoritario de traficantes.
O que ha e, tecnicamente, uma guerra urbana. Ha dominio de territorio por traficantes. Ha uso de armas AK-47 e M-16 ( armas so utilizadas em guerras).Ha a proposital cooptacao covarde de criancas e jovens. Ha o flagrante desafio ao Estado Democratico de Direito, com a instituicao de procedimentos c0mo toque de recolher, lei do silencio, dentre outros.
Ate quando toleraremos esse cancer em nossa sociedade?
Quantos ainda devem morrer para que possamos encarar a realidade?
Digo o que digo de proposito.
Nao temo retaliacoes.
Se eu temer, todos temerao.
Se uma voz se levantar, outras se levantarao.
Tenho dito.
Tulio ( pseudonimo)
Isto deve ser propalado aos quatro ventos. Seja na internet. Seja na midia em geral.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Osso Duro de Roer. Urso de Ouro de Roer. Pega um...( continuacao)
Sociologo bate duro nas falhas do sistema policial.
Com razao.O sistema e falho. E deve ser corrigido.
Perceber o erro e o primeiro passo para a mudanca.
Posso dizer que este texto e apenas um comentario, um remendo do texto anterior, abaixo consignado.
Uma parte da midia acusa Tropa de Elite de ser "faccista". Defendeu-se bem o Padilha.
Uma parte da midia embasa a argumentacao com fulcro no perfil dos que morrem em combates com a policia. Trata-se de negros, pobres e jovens.
Completamente correto o perfil tracado.
Mas incompleto.
Esqueceu-se de dizer que se tratam de negros, pobres e jovens com armas na mao. A servico do trafico.
E justamente neste ponto que encontramos mais um absurdo neste problema que e a violencia em morros cariocas.
O primeiro a denunciar isso foi o cantor que se denomina " Falcao".
Criancas da favela crescem com os valores deturpados.
E se transformam em jovens com referencias equivocadas.
Tudo isso tem uma so explicacao plausivel: a falta de Estado nessas areas.
Quando se fala Estado, fala-se em estrutura. Fala-se sobre seguranca, educacao e hospitais nos morros.
O delito e a criminalidade somente proliferam no vacuo da presenca estatal.
E tomam espacos. E criam um sistema paralelo. Com seu proprio territorio. Com sua propria hierarquia.
Ha jovens que sequer conheceram o outro lado da moeda. Nascem e crescem sob a egide e com valores das organizacoes criminosas. Eles ignoram os valores vigentes em nossa sociedade. Por que vivem outra realidade.Nao e uma questao de juizo, de ter consciencia do que e certo ou errado.O certo e lutar pelo trafico. Ganhar dinheiro. E evoluir numa especie de carreira executiva as avessas.
Renomados jornalistas ousaram falar que a Guerra do Vietna somente acabou quando as imagens nuas e cruas da guerra adentraram nas salas de estar da classe media. O horror a mostra. Em vivas cores.
Foi preciso o terror (sim, o narco-terror) descer o morro para a classe media perceber a enrascada na qual esta metida. Foi preciso a morte cruel de um Joao Helio para que a sociedade tome conta do que e a vida real.
Mas ainda assim a classe media e media alta encontra-se equivocada.
Pensa que bastam alguns protestos. Daqueles em que todo mundo chora e ninguem faz nada.
Existe algo que algumas nacoes aprenderam ha tempos.
E trata-se da sociedade civil organizada.
Quando a sociedade civil se organiza e comeca a pensar em vez de se lamentar as coisas comecam a acontecer.
E claro, seguranca e itens tais sao dever do Estado.
Com certeza. Mas fica claro que o Estado nao consegue dar conta do recado.
Quem teve um filho ou parente morto por conta da violencia sabe do que falo.
Nao basta chorar.
E preciso pensar.
Organizar.
E agir.
Grande Abraco.
Tulio E. Santos
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Osso Duro de Roer. Urso de Ouro de Roer. Pega um...
Um fato somente e polemico quando gera uma profunda reflexao.
Tropa de Elite veio para isso.
Remexeu as bases do pensamento brasileiro sobre assuntos que costumavam a ser tabus.
Colocou as coisas nos seus devidos lugares.
Alguns taxam o filme como representante da cultura da violencia. Outros postulam que se trata de uma visao esquerdista totalitaria.
Nem um, nem outro.
Ha uma cultura em nosso pais de tentar rotular tudo o que aparece de novo.
Quando nao se acha um rotulo, perde-se a direcao. E a confusao esta armada.
Tropa de Elite e pertubador por que absolutamente real. Cru.
Talvez o filme de maior repercussao no cinema brasileiro.
Conseguiu a proeza de ser sucesso de bilheteria em todas as classes sociais.
E tambem sucesso de critica especializada.
Mas, mais do que isso, o filme assustou por tocar numa das maiores feridas nacionais.
No ponto, como havia de ser. E provocou uma transformacao no ponto de vista de muitos que o assistiram.
Tropa de elite e um filme de guerra. Guerra urbana. Dai os criticos estipularem que se trata de cultura da violencia.
Mas tambem e um filme profundamente humano.
Humano por que a guerra em si, e uma guerra de libertacao.
Libertacao da populacao estigmatizada da favela.Presa aos mecanismos de coacao de traficantes. Refens do medo.
A classe media ve o habitante da favela como bandido.
Nao e.
Pode trabalhar na sua casa. Ou como caixa de supermercado do centro.
Gente honesta e trabalhadora. Que batalha para viver.
E que vive no inferno do mundo do narco-terror.
Agora chegamos num ponto importante da conversa.
Tropa de Elite fara naturalmente sucesso mundial. (ainda que nao ganhe o Oscar)
Isto por que ha um fundo de verdade no filme que estrapola o Brasil.
E alcanca o mundo.
E o profundo odio que as familias do mundo inteiro, sejam arabes, judeus, americanos, europeus ou brasileiros possuem a vuiolencia, a arbitrariedade.
Perceba que o capitao Nascimento e um pai de familia. E quer abandonar a guerra para poder criar seu filho. Mal -remunerado, deseja deixar alguem em seu lugar. E perde companheiros de luta.
O capitao Nascimento e a propria classe media, media baixa que nao tolera mais violencia. E agora a classe alta percebe que precisa encarar a realidade de frente.
Realidade que o mundo tambem comeca a conhecer.
Grande abraco.
Tulio Eugenio dos Santos
Virei Ambientalista Radical
Virei ambientalista. Radical. Vou lutar para que os paises desenvolvidos recuperem TODAS as areas degradadas na America do Norte, Europa e Asia.Sou a favor de invadir rios de paises alheios, fazer protestos e boicotes. Tudo em nome da liberdade.Estilo Greenpeace e WWF. A galera nao invade o Xingu? Quero passe-livre para navegar no Mississipi. E passar correntao. E promover baderna.
Claro que isso e uma brincadeira. Mas poderia nao ser.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Discurso Estruturalista
REPUBLICAR O QUE JÁ FOI PUBLICADO NO ORKUT
Texto de meados de 2007. Autoria: Tulio Eugenio dos Santos
(Advertencia: Não repare nas dificuldades de configuração do teclado).
E preciso repensar as Estruturas sobre as quais esta embasada a Republica Brasileira.
Pode -se colocar a o termino de Welfare State no Brasil, ou seja, do Estado bem Estar Social, onde o Estado e a solucao dos problemas.
O Estado da claros indicios de que nao esta conseguindo acompanhar o desenvolvimento da nacao, o aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas, enfim a demanda que a cada dia que passa cresce mais.
A crise no setor aereo e apenas um aspecto da crise estrutural, que pode se transformar numa crise energetica, numa crise de outros setores da cadeia produtiva, como se fosse uma versao do efeito domino.
Eis o sintoma da doenca.
E preciso diagnostica-la.
Em primeiro lugar, devemos nos abster de achar culpados.
Nao podemos dar foco politico a uma crise que esta longe de ser politica e sim, estrutural.
O PAC, nada mais e do que a retomada dos antigos PNDs...
Seja qual fosse o governo ou bandeira partidaria, apos a estabilizacao financeira, o passo seria este e nao outro.
Por outro lado, tenho a impressao que, guardada as devidas proporcoes, o desastre do voo 3054 sera a nossa Bomba de Hiroshima... acho importante o inconsciente coletivo guardar, la no fundo, as reais causas do que ocorreu.
Quanto maior for o tabu para se tocar no assunto, maior e mais profundo sera a intronizacao de tal perspectiva.
O que efetivamente vai acontecer e o despertar de uma consciencia nacional em torno do Bem Comum.
A classe Media, mediocratizada, recheada de kidults e individualista passara, aos poucos a sair do casulo e comecar a olhar ao redor o pais que a cerca.
Nao, este nao e um discurso nacionalista barato. E um pouco mais do que isso...
O discurso nacional- totalitario esconde as suas fraquezas. Funda-se na cegueira coletiva e encontra amparo em verdadeiros estados psicoticos de embriagues nacional, ou melhor, histrionia coletiva pura. Coloca-se como Dominador, auto-suficiente e onipresente.
Eis a diferenca essencial entre um conceito e outro.
Faremos da nossa fraqueza, a nossa forca.
A classe media e a classe alta perceberao que o Estado Brasileiro nao esta, estruturalmente, dando conta do recado.
E vai ao resgate de si mesma.
Seja auxiliando na retaguarda da ocupacao de favelas ( onde nao ha cidadania).Seja no seu bairro ou Associacao.
Sera um movimento silencioso e nao-melodramatico, consciente e nao meramente ocasional, eivado de disciplina e sutileza.
Paulo Freire ja identificava a Psicopedagogia do Oprimido.
Diferente dos estereotipos de Macunaima ( Modernismo) e do Jeca Tatu (Lobato), Suassuna soube perceber com perfeicao e delicadeza a forca e identidade do nosso povo.
E so dar o direcionamento correto- educacao. Isto por que o conceito de auto-superacao ja esta insito no amago do que luta para continuar a subsistir.
Vamos ver...
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Eu, eu mesmo e Irene
Ass: Tulio Eugenio dos Santos
Eu tinha certeza que algum incauto iria afirmar que sou um esquerdista do copo de uisque. Ou que pareco um fascista da Toca do Assis que deseja ser um democrata ultra-liberal de San Francisco.
E por isso que me divirto tanto na net.
O meu misterioso amigo Mayara ( tenho certeza de que se trata de algum conhecido inconformado,rsrs. Eu sei quem e... e posso provar, rsrs) percebeu isso.
Eu avisei. Sou gente boa. Mas sou patife. No bom sentido, e claro.
A internet e uma rede informal de influencia. E pode ser uma rede de transformacao. E bom ser um agente de mudancas. Fazer voce tentar perceber que existe uma realidade complexa la fora nao e uma missao. Mas e uma tarefa.A ambiguidade e a duvida sao constantes com a qual precisamos conviver.Diariamente.Japoneses, Indianos e Arabes sao tao diferentes entre si quanto seus Deuses.Isso e uma ambiguidade real.Isso e pluralismo.Eis o nascimento de uma sociedade capitalista. E de uma nacao verdadeiramente democratica e embasada na meritocracia.
O discurso pode ter o tom de um civismo pueril. Mas e a pura realidade.O prognostico do que se convencionou chamar de Democracia Participativa. De um mero site de relacionamentos, vulgo Orkut.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Pseudo-Esquizofrenia Ideologica ( O caso Venezuela)
Simon Bolivar
Politica. Eis um assunto recorrente.Sempre evito trabalhar com arquetipos. Procuro desconstruir as estruturas para verificar o que ha por tras do discurso. Verificar uma suposta verdade oculta clareia o pensamento. Expoe os motivos. Disseca as conexoes. E traz a tona uma construcao talvez um pouco mais proxima da realidade. Mais palpavel.
Por favor, traga-me o bisturi. Que comece a cirurgia.
Hugo Chavez e aquilo que alguns intelectuais chamam de idiota latino-americano.Chavez e culto. Chavez e estrategista. E muito mais do que isso.
Todavia, mais do que tudo, Chavez e um esquizofrenico.Dizem que um doente reconhece outro.
Ou nao.
Chavez sofre de profunda esquizofrenia politica. Cuidadosamente calculada e dissimulada.Mas, se e propositadamente ocultada nao e doenca. E sem-vergonhice.
Pode ser. E uma hipotese plausivel. Isto por que ele ataca o "Imperio Ianque".Mas vive do seu dinheiro.Qualquer crianca de cinco anos sabe que os EUA sao o principal consumidor de petroleo da Venezuela.
E o que eu digo: Dinheiro Facil com Populismo formam uma combinacao explosiva.Que implode a Democracia por dentro, nos seus alicerces. E inaugura o "Caudilhismo Economico".
Ciclos de Regimes Autoritarios sempre empestearam a America Latina. Financiados por Kissinger ou seja la quem for.
O que nao da para tolerar e o tamanho da mentira. Ainda se fosse uma daquelas mentiras sinceras, dessas que gostariamos de ouvir. Mas e uma mentira deliberadamente mentirosa. Uma farsa na acepcao da palavra.
As bases de sua ideologia sao flagrantes inverdades.
Em primeiro lugar, o arcabouco estruturante de Chavez nao e ideologico. Embora aproxime-se de Cuba, nao e de esquerda.Isto por que sustenta uma postura facista de dar inveja a renomados ditadores.E nao se enquadra na direita por encarnar o que ha de pior na esquerda: a demagogia barata.
Nao ha qualquer ideologia. Ha um pragmatismo de proporcoes dantescas. Dai a idiotia.
O unico lugar onde o pragmatismo nao pode se instalar e na politica.
Questoes politicas devem ser tratadas sob o aspecto ideologico. E questoes de Estado devem ser tratadas com pragmatismo.
Nao pode haver inversao.
Foi o que aconteceu na Venezuela.
No Brasil caminhamos em sentido contrario ao da nacao citada. Rumo a uma Democracia madura e consolidada. E com muita vontade de crescer.
Mas voltemos a Chavez. O lider da Venezuela nao e um revolucionario bolivariano.Nem nunca vai ser.
Com a cultura adquirida no quartel apropriou-se indevidamente dos ideais de simon Bolivar.Isso mesmo. O que Chavez cometeu tem nome: Apropriacao Indebita.
E apropriou-se em beneficio proprio.
Estelionato intelectual do pior tipo.
Bolivar era um agregador democrata. Chavez e um desagregador nato. Um verdadeiro fator de instabilidade internacional.Um garoto-problema de quarenta e poucos anos de idade. E a palavra Democracia nao faz parte do seu vocabulario.
Um verdadeiro bolivariano admitiria o revezamento de poder. Chavez nao sabe disso.Chavez nao sabe de nada. Ou finge que nao sabe. No mais, nao passa de um fantoche nas maos de "Uncle Sam".
Eis a politica. Um assunto recorrente. Com cliche latino-americano e tudo o mais.
Grande Abraco.
Tulio Eugenio